A Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC) vai investigar a torcedora do Avaí que foi flagrada em atos de injúria racial e xenofobia, contra apoiadores do Remo, no último sábado (15), no Estádio da Ressacada, em Florianópolis.
As imagens feitas no estádio do clube catarinense mostram a mulher direcionando ataques aos torcedores do time de Belém (PA). O caso vai ser investigado pela PCSC, por meio da Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância (DRRDI) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
De acordo com a Polícia Civil, outros torcedores que tiverem participado da ação também serão investigados.
“A Polícia Civil recomenda que todos os torcedores, que foram vítimas das ofensas registrem um Boletim de Ocorrência. Os autores serão identificados, ouvidos pela Polícia Civil e, podem responder pelos crimes de racismo, injúria racial e xenofobia, Lei nº 7.716/1989 (Lei do Racismo), com pena de reclusão de 2 a 5 anos”, escreveu a PCSC em nota oficial.
Uma torcedora do Avaí foi flagrada gritando ofensas racistas e xenofóbicas contra a torcida do Remo durante a partida da 37ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, no último sábado (15), no Estádio da Ressacada, em Florianópolis. O registro, amplamente compartilhado nas redes sociais, mostra a mulher acompanhada de outros torcedores, ofendendo os visitantes.
— O que tem no Pará? Seu feio. Ei? Vieram montados de jegue de lá pra cá? Gastaram o salário do mês? Gastou o salário para vir… agora vai embora a pé. O prefeito não quer, aqui em Floripa, tu. Olha tua cor. Olha, pobre aqui não fica. Querem comer? Tá com fome? Ali tem comidinha de graça — grita a mulher.
Em nota, o Avaí condenou a postura da torcedora e reforçou o posicionamento diante de episódios de discriminação.
“O Avaí Futebol Clube reitera seu posicionamento de repúdio inequívoco e total à conduta racista e xenófoba manifestada por uma torcedora durante a partida entre Avaí x Remo. O racismo é um crime grave que não pode ser tolerado dentro ou fora dos estádios”, diz o comunicado.
Já o Remo, time visitante, se manifestou por meio de nota oficial em que classificou o caso como grave e repugnante.
“Esse ato repugnante é uma clara manifestação de racismo e intolerância, e não pode ficar impune. O Clube do Remo não tolera qualquer forma de discriminação ou preconceito e exige a punição dos envolvidos”, afirmou o clube.
Por meio de nota, a defesa afirmou que o registro divulgado “não retrata quem é, nem seu comportamento habitual”. Além disso, afirma que “diversos conflitos paralelos ocorreram no interior do estádio, gerando um ambiente de tensão que alterou o estado emocional de muitos torcedores”.
— É importante esclarecer que (a torcedora) foi alvo de agressões verbais e ataques pessoais momentos antes. Parte desses acontecimentos não aparece nas gravações, que mostram apenas um recorte isolado e incompleto da situação — esclareceu a defesa por meio de nota.